Leis ponderais

Existem três Leis ponderais: Lei de Lavoisier, de Proust e de Dalton. Essas leis são fundamentais para o entendimento da estequiometria das reações químicas.

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O que são as Leis ponderais?

As Leis ponderais são generalizações matemáticas estabelecidas em relação às massas das espécies químicas (reagentes e produtos) participantes de uma reação

Quais são as Leis ponderais?

As Leis ponderais incluem a “Lei de Lavoisier”, a “Lei de Proust” e a “Lei de Dalton”. Elas foram postuladas no século XVIII e se tornaram essenciais para o desenvolvimento dos estudos envolvendo a estequiometria e de outras teorias. Todas essas Leis estão relacionadas às relações entre as massas das substâncias envolvidas nas reações químicas. 

Lei de Lavoisier: a Lei da Conservação da Massa

Uma das contribuições mais relevantes do químico francês Antoine Laurent Lavoisier é a Lei da Conservação da Massa, enunciada após inúmeras reações químicas realizadas em recipientes fechados. 

Utilizando-se de uma balança, Lavoisier determinou a massa do recipiente antes e depois do acontecimento da reação. Com os resultados obtidos, enunciou que:

“A massa final de um recipiente fechado, após ocorrer dentro dele uma reação química, é sempre igual à massa inicial.”

Esse enunciado é a Lei de Lavoisier (Conservação da Massa) e pode ser escrita de outra maneira:

“Quando uma reação química é realizada em um recipiente fechado, a massa dos produtos é sempre igual a massa dos reagentes.”

Além dessas maneiras, essa Lei é comumente enunciada como:

“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”

Desse modo, analisando um exemplo:

água → hidrogênio + oxigênio

A massa da água é 18 g, sendo a massa do hidrogênio (duas moléculas) iguais a 2 g e a massa do oxigênio, 16 g, a soma resulta na massa observada na molécula de água, ou seja, a massa do reagente (18 g) é igual a massa dos produtos (2 g + 16 g = 18 g).

No entanto, é importante compreender os motivos que levaram Lavoisier a escolher e considerar os recipientes fechados.

Entre os reagentes e produtos das reações, podem existir substâncias gasosas. Se, por exemplo, uma substância gasosa for produzida em uma reação em um recipiente aberto, ela sairá de modo espontâneo do ambiente e assim, sua massa não será medida por uma balança como parte da massa final da reação. Com a utilização de sistemas fechados, Lavoisier eliminou as dúvidas sobre a entrada e a saída de gases no recipiente. 

Lei de Proust: a Lei das Proporções constantes 

O estudo das reações de decomposição foi importante para que o francês Joseph-Louis Proust descobrisse que as substâncias compostas apresentam uma composição fixa. O que ele percebeu, no caso, é de que os elementos que participam da composição de uma substância pura, apresentam uma proporção em massa. 

Considerando o exemplo utilizado anteriormente, a água é composta pelos elementos hidrogênio e oxigênio. Alguns dados experimentais são mostrados a seguir:

Decomposição de:águahidrogêniooxigênio
9 g de água9 g1 g8 g
18 g de água18 g2 g 16 g
27 g de água 27 g3 g24 g 

Exemplo para exemplificar a Lei de Proust

Para compreender melhor o enunciado realizado por Proust, vamos dividir a massa de hidrogênio pela massa de oxigênio de cada uma das situações apresentadas:

massa de hidrogênio/massa de oxigênio = 1/8=  2/16= 3/24

Ao comparar os resultados observados, verifica-se que a proporção existente entre os elementos que compõem a água é sempre a mesma, ou seja, a massa de oxigênio é sempre 8 vezes maior que a massa de hidrogênio. 

Foi por meio de experimentos semelhantes que Proust concluiu que:

“A composição química das substâncias compostas é sempre constante, não importando qual sua origem.”

Uma adaptação desse enunciado é:

“Uma certa substância composta sempre é formada pelos mesmos elementos químicos numa mesma proporção, em massa.”

Essa é a Lei de Proust, conhecida também como Lei das Proporções Constantes. 

Vale ressaltar que essa generalização vale apenas para substâncias puras e não para misturas, uma vez que misturas não apresentam uma composição constante. 

Lei de Dalton: Lei das Proporções Múltiplas

De acordo com o enunciado elaborado por Dalton em 1803, quando uma massa fixa de uma determinada substância combina-se com diferentes massas de uma outra substância, originam-se substâncias diferentes. No entanto, estas massas diferentes da segunda substância apresentam entre si uma relação expressa em números inteiros e pequenos. 

Para uma visualização mais completa do enunciado, podemos utilizar como exemplo a formação de óxidos de nitrogênio. 

Mantendo a massa do nitrogênio constante e a massa do oxigênio variando, temos o seguinte:

ExperiênciaN2O
28 g16 g
228 g32 g 
328 g48 g

Aplicação da Lei de Dalton

Considerando a experiência 1, temos a formação do N2O de acordo com a reação apresentada a seguir:

1 N2 + ½ O2 → N2

Agora fazendo a divisão da massa de oxigênio da experiência 2 pela experiência 1, temos:

32/ 16 = 2

Logo na experiência 2, ocorrerá a formação da substância N2O2.

Já na divisão da massa de oxigênio da experiência 3 pela massa em 1, obtemos uma relação de 3 átomos oxigênios para 1 na primeira experiência, logo, resulta-se em um óxido com 3 oxigênios, N2O3

A partir dos exemplos apresentados, visualiza-se a Lei de Dalton com maior eficiência. É essa a Lei que explica a formação de CO e CO2 e também a de H2O2 e H2O, quando um  dos elementos apresenta uma proporção fixa de massa e o outro varia. 

Qual a importância das Leis ponderais? 

Possuir o conhecimento a respeito das Leis ponderais nos auxilia a compreender como algumas reações ocorrem. De fato, essas Leis são utilizadas para a compreensão e o entendimento da estequiometria de uma reação, uma vez que envolvem e relacionam as massas dos reagentes e dos produtos em uma reação química qualquer.

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Aryanne Viana

Fundadora do Blog VaiQuímica!

Fundadora e Professora do VaiQuímica!, Bacharela em Química pela USP com ênfase em Alimentos e Mestranda em Físico-Química.